FÔLEGO

VITO ANTICO WIRGUES

FÔLEGO

Tomara!
“Ayer que me fui a bañar por la mañana temprano
Ayer que me fui a bañar por la mañana temprano
Vi un caimán muy singular con cara de ser humano
Vi un caimán muy singular con cara de ser humano

El caimán (se va para Barranquilla)
Se va el caimán, se va el caimán
El caimán (se va para Barranquilla)”

Se vá el Caimán – José María Peñaranda

Filigrana noticiosa:

  • Presidente sobre a vacina: ‘Se você virar um jacaré, é problema seu’ (Istoé)
  • Chacina do Jacarezinho, 28 mortos
  • Covaxin, a Fiat Elba do “Presidente” (Revista Forum)
  • Contra a fome, Paulo Guedes quer que pobres comam restos dos restaurantes (Jornalistas Livres)
  • Orçamento secreto do “Presidente” banca trator superfaturado em troca de apoio do Congresso (Estadão)
  • Governo gasta 15,6 milhões com leite consensado
  • Lenda colombiana del Hombre Caimán
  • Suspiro, fôlego, folgo, sopro, uuuuuu

Uma salva de balas!
Se vá, se vá al contrário?
Abre coluna.
Envolto.

O Homem jacaré trepou demais com o infinitivo infinito, a prova trepadeira da palavra, a parte disso Pessoa, diz o poeta: não sei de nada, senhor, e nunca saberei, nem em sonho, quebrarei a métrica para não chegar ao fim! Rapá carcaça ripa
a costela não no antigo mito, mas no substrato da magia peneirada em pó brando à nossa realidade. Pois eu, tenho inveja da imaginação, justamente pela sua forma menor de compreensão da matéria, mas maior na frutificação do material verbal. Por isso, como se a isso houvesse justificativa plausível, virei um criadouro de jacarés, do tamanho dimensional de um país pandêmico. Ele…
Deu cria múltipla ao tempo no fastio da lúgubre manhã do crepúsculo e dali… Já não falava mais noitinha nem sol, só madrugada. Ninguém sabia ao certo a sua origem desoriginada. Girino fiador do amanhã e do ontem. Subiu. Um belo dia sem passado trepou de monte no morro, de chofre, nos playgrounds da favela do jacarezinho, fez o lazer diário. Brincou! Ja tá jacarrinhando? Alguém disse portado de um lado específico. Diz ai! Foleguismo de prática, mizade. Olímpica ainda! Alegria construtiva no combate, 100 metros rasos é pouco. 80 é ficha, 257 é recorde! Paradoxos. Muito. Pouco. Dá pra ser mais, porra! Gritou impaciente outro descitadino. O importante é bater a meta. Dobrar a meta. Repetiu aquilo que machistava em brincadeira anos antes. Vida boa é bom breu bom quem não vê ninguém morre, quem não quer, vida bom bril bom ta pra cá de realidade. Uma manchete ali, outro sonho ali. Sonhaço: andar de tratoraço.
Ter o próprio Fiat Elba, sem jesus na dianteira, só o sangue combusto, pra bater e cair. Question is… Querem terceirizar até o rastro da sinonímia tradutória, em outras palavras, fazer com que o corpo não seja mais corpo em sua ligação infinita com o verbal de sua palavrada, corpo malemolengo, mas máquina inalienável de produção. A verdade é que: Narciso brasileiro cansou de bater uma, quer gozar com o pau dos outros. Viciou. Comer picanha com nome próprio, rolar a dívida externa do posto Ipiranga. Brincar de monopoly sem monopólio. De agronegócio. Florar na fauna e na flora. Quem vos fala?
Não importa…
Toda abreviação que se preze à tragédia tem um quê de sufoco. Justificativa do ocorrido corrido. Ah, sim… o leitor.
Vira-se para o lado e diz.
Ufa! Ainda bem que posso enganá-lo à vontade.
Assunto transviado: toda abreviação que se preze deve ser falada em submundo cozinheiro e transartéria de gandaia. Ouroboros virou carniça de gente desdentada. Mamatinha no leite materno açambarcando o subgrupo da ousadia salgada no que fazer com o lugarejo mar, o novo chup chup democrático do sertão sério. Mel golpinho pode! Variação corpuscular da technolística do olhar no ensaio astrológico, tanque de guerra no palácio, saturno em áries, sintoma clínico, o calvário democrático dos trapalhões da República e o mundo dimensional culturalista dos encantamentos raiando solto na mastigatividade em cidadãvesso.
Boa noite! Centro de Atendimento Psicossocial da Independência do Brasil, quem fala…
O leitor é menos que nada, muitas vezes só presta para glorificar voto ao autor, enganado claudicante às tortuosas fimbrias mestiças de amém que residem entre a poética enganosa e lubrificante ao momento plural dos prazeres. Ladainha sincera… Brincadeira chorada ou verdade tropical?
A técnica é o infinito da geração da tragédia em direção ao próprio infinito. Causa ouroboros, novamente. Bicho na transição do vergo do dia
e da noite.
Destoante em quem lê, leitor consente o sintoma da idealização do olhar?
Tudo a vocês. Olho de vidro.
Assinado…
…o pano sendo-ia-sendo passado, mão em mão, numa gangorrinha guinchada, passava. Cof, cof!
Fôlego.
Lá! Del Hombre Caimán, antropomórfico, de corpo em jacariso chorado misturado ao remanso marítimo das águas em cada profundeza de sul mais sur ainda. Algo de vilipêndio… Cidadão brasileiro? Algo sobre rachadinhas machadianas na construção literária de uma ação poética claudicante em canalhice neural corruptiva. Às vezes observo o montante destes demônios corais pervertidos em paradoxos impronunciáveis para quem pertence o ditado, a primeira palavra, sem o saber de que o problema todo está na regulação da primeira voz ao próximo ciclo de linguagem existente. Pero…
Pero voltemos à la lenda colombiana del homem caiman en seu deseo de ver as moças peladas no esconso remanso do rio, que por ser rio, alagou no sorriso doce da manhã. Casca grossa, Caimán quer dizer jacaré. Ou seja, hermanito, quer a superfície mais adentro, a pele no curso da história diretamente da assimilada psoríase de um caráter popular nacional no andar da carruagem, o cavalo poente do instinto fascista roendo os poros. O véu. Mas aqui, não. Lá, pelos largos das fronteiras onde a magia e o encantamento cultural residem como bicho calorento de olhos mangueados de prata em meio ao rio, no susto caligráfico da costura palavra em textura nos arautos sublinhados dos rios chorosos, digo, boitatá na cultura e no seu refreamento, entre povos da floresta somados caudilhos junto caiçaras colados sertanejos subgrupos ribeirinhos babilaques periféricos salpicados urbanóides, dentro da língua endêmica; fora da gente… Êta Homem Jacaré, taí, nos esgotos rilhados em atividades mamíferas na concepção político humana de uma atividade governamental cotidiana, o ovo da serpente virou ovindo de caimão, para onde caminha os pés moucos e rebobinados, para onde nesse lá que também vivo atinge e tinge o aqui. Caimán vive do avesso.
A história!
A partir daquele dia sórdido e carente de sol, pois era noite, Berenice Soares passaria a pensar o mundo afeito de um sonho antigo entre a paixão virulenta e a barricada cor borgonha dos amores chucros, sino, militarescos. Desde então, como sempre, a gênese do Homem Jacaré tomaria cada vez mais aquilo, corpóreo corporizante, porífero ululante lânguido estrépito fimbrionomástico craco serpentino, mago, de si. Nos outros. Nela. E nos outros. Em seu corpo, principalmente.
No dos outros que é refresco.
Pois então, meu povo… Porque dizia coisassim, meio ruído, meio palavra que contava história.
Outrora ele de encantamento, vivia menos, gostava era mais, da viruladelante virôlência, como técnica fundida no caos do capinar abocanhado antropomórfico natural, será que passa? É disto que sempre nos comoveu, a garganta entalada da comida que não passa à glote como carniça. E entre palavras metidas a besta, falava. Tem preço? Dá para comprar? Berenice vai às compras na aula de português. Besta de dom cordial interno invisível no garantismo tropical da culpa, ou seja, outro canalha pode vir aí. Berenice não compra leite condensado porque está em falta. E o erro de português na calçada maresia da esquiva ferrosa e quente na costa da gente toda, vê se pode, fico sem respirar um pouco e já do errô. Morde as costas o álamo da impotência. Trocinha. O orçamento vem caindo, nosso povo comendo demais está em alta, engomado de engravate, carente de estatura, fala, sem tutu povoado pra massa. Mas a casta sabe o que é bom para as castas, má friend, já dizia um meio Goethe reintroduzido bandeiramente, feito o poeta, numa tradução para o moderno. Bom. E o jacaré no risinho sedento interno externo sempre em paroxismo com ele próprio homem mulher qual for o gênero da boca que come, e fala barroquizada em muitas, folegando ofício meio a praginação em marafos fumos indo de um olhar caquétiquântico. A teia se fazendo no calote de bandeirola musicada, cerveja entrópica, mesa calçada e carnelevarium, carnilevaria, carnilevamem. Quê ou quanto? Mas a carne na sumida, mal malocada no resquício elétrico male male glacial de vossa cozinha que precede a crise hídrica enquanto a novela no calçado de nosso ouvido e o digital fluindo esporas fulminantes gracejando ao ar uns micélios cheios de quimeras que faz mistura de engasgalhar jun-com tapa voz em tuperware de língua sísmica abrandada e vendida, question is…
– Quer osso como carne ou sem carne? – pergunta o açouguei com cãibras.
Dial. Dios… Ouve lá!
No radinho de pilha da fantasia nem tanto e de repente, o CPF cancelado na gíria miliciana da vez, a falta de ar em poética grega, na mimese marcante da interpretação do real. Hora e vez, hora e vez de. Uma bela obra! É que no ditado algo vem no erro, meu caro, muito covarde quarentemado vem morrendo e o resto vivoraz aí. Depois, algo de agiota matar idiota, rimassim; depois, o solfejo de uma receita de chá que resiste palestinamente à dentadura sem boca dos jornais. E quem mata o mato só pode ser… Ministro, o negócio é o seguinte, esse povo come demais mesmo. O capim vai acabando mesmo que o estoque chegue mais, amigo… E o jacaré ria, ria… Quem garantirá ao réu a defesa, o garantismo jurídico, mais, a democracia para aqueles que não aderem a revolução antidemocrática? Cuzenhando pro final do ano, a gente tá vendo e vendendo, pra vender palavra de troca e de fachada de rua na caruda vindo de pedido para Caimán nosso brincar mais, para comer carne sem peru, espinheira de bacalhau, igual sorriso sem gato, a cara do déspota negociante na picanha enquanto a clandestinidade da morte faz o preço por aqui em tantos mil mortos… Coisa aparecida na tela e a vida indo, essa história?
O importante é aprender o valor do Delta, diria Bhaskara. E lá, o jacarisinho sôlhando o leite de rosas em comercial monange, ah, mesmo, ô Berenice, enquanto você fica aí, ele quer virar bicho etéreo, não vê, qualquer coisa que, ao encostarmos em circoconstâncias contidas, sentimos aspereza de relevo, dificuldade tracionada, vontade de fornicar com a paixão escondida, o desejo secreto mais aparecido que nunca e a silhueta da camada ôntica da réplica de algum resquício. Quer verbocar. No rastro do jacariso del hombre Caimán vem cisco atrás da gente, parece que quer pegar o rastro do rastro.
E o pano sendo.
Berenice cuidava do Caimánzinho, que se diz… La legenda del hombre com cuerpo de jacaré y rosto de hombre, tudo porque comprou uma poção da pura de um feiticeiro para ver as mulheres na embocadura do rio; mas o feiticeiro avisou, são duas, é preciso derramar a primeira ao corpo para se transformar em jacaré, e a segunda para o momento transfigurador à forma humana novamente. Um dia, o encarregado do derrame da segunda poção a entornou às pressas ao futuro réptil antropomórfico e a poção caiu apenas sobre a cabeça do jacaré, as mulheres correram assustadas e o homem, com corpo de el lagarto e cabeça humana, desceu às profundezas do rio para tristezar o canto na saudade do remanso e da marola aninhada à superfície repleta de reflexos, lá abaixo do estilho das ondinhas e do movimento de outros peixes de oxum em pororocas com yemanjá e outros santos comandados por ervarias e químicas pequenas feito bichos atômicos do relento cozinheiro das almas desse mundo vitoriano de antroporégias xapiris deformados. A partir daí, o homem Jacaré vidrou-se carnívoro e canibal de si e dos outros, criava-se dentro da gente, não mais voltaria a superfície se não para aguda tristeza em lembrança da antiga forma, naquilo, que todos temos de Caimán, ele olhava. E fantasiava um caos sem senso ao sangue frio da realidade em equação imaginativa. E toda vez que isso descarrilhasse revolvo em nosso íntimo, que era o mesmo de Berenice e seu marido, algo aconteceria de fôlego sem par, porque alguém ou algo sempre morria de revólver ou algo parecido de sua tradução naquilo de sem fôlego, uhrhdh folegando grandiosamente a gastura mais imediata que a gastrite. E só, seja em palavra corrida ou respiração atarracada de velha mula ou brincadeira poiesis ativa sem graça. E só, pois acontecia em mundo de Berenice multiplicado pela tragédia da técnica do infinito na geração da tragédia. Uma só ida nenhuma volta. E só. Querseja respirinho, para exemplo loquaz, como no ritmo salgalhado de um nascimento entre o reality das CPI’s (Candidatos Para o Impeachment) e momentos mentirosos de um adeus que jamais chega nunca à boca do povo. E por aí vai, entre um absurdo e outra descober… Mas para Berenice, se contiguassem dela sobre a possibilidade de gravidez, ainda mais de um réptil inconsciente, seria mentira, e somente um modo de amar explicaria o fato elo desencontrado entre os dois retidos pela sebe mureta…
Aqui, o homem jacaré está longe, mais perto do que nunca, homônimo e cheio de orla, poderoso. Pois assim era de um açoite lancinante de abstração fértil, um beijincaqui outra passada na feira, e assim ia namorando. Lá movimento. O clima do dia: difícil de pintar como em material linóleo, aquoso como guache barato, linhaçento orvalhado entre lembranças não diluentes de um linchamento colorido de casas rebatidas à lua, sob as nuvens mastodônticas do céu. A cozinha de alguém embaraçava o prato, ouvia-se um estrondo. Era um prato florido de imitação porcelana que se espatifava emplumado duro no chão zazulejo, sem qualquer azul nos muros, e sim estilhaços; reluzindo o beijo e as mudanças de algo que deveria ser limpetéreo, para sempre, jogado à lixeira. Sobretudo por esse invertebrado amor siriri que sobrechegava ao outro lado da rua, diagonal a um arcobotante de aço em formato de sol e espetado para o destino do prato em lanças orgânicas fabricadas, apontadas e pontudas, em direção ao casal de abotoaduras que saltavam para o escuro das costuras sinuosas dos bolsos e mãos, empedradas de um trejeito jagunço armado, de relvas na xeranha, entre sibilos estribrilhosos orgasgramados e sebosos de gemidos no cangote outra vez esporados em feromônios simples sem rusgas de texturas mas lisos de seda em teias de cópularranhosas em costas de placer. Claro, o fato; esse a seguir, por ora subordinado pela geada concreta da servidão górdia positivista e ora pelo que acontecia, propriamente. Singularmente, na subordinação imaginativa.
A língua, minuto a minuto mais dentro, da boca, cantigava o escuro da sebe que aumentanto que, parecendo abismal, teve de roupa inteira, despedida. O prato que se recolhia há algum tempo anterior retocando em pinceladas por alguns traços curvos de memórias retas e extratilhordiçadas em grunhidos peneirados pelas ramas que brotavam ao moderno macadame.
Berenice mulher, marida minha, mudança, ir embora. É.
Os gritos riram pela paixão desvairada. O homem que beijava Berenice logo entraria como militar aos porões do DOI-CODI. Aí o Caimanzinho fazendo festa, era o dia e a hora. Hora e vez. Hora e vez.
No outro dia. Faltava o ar para dizer, ruas aquelas, mais tigradas que coral, falsa in verdadeira. Os gritos dos torturados misturavam-se com as mãos frenesis de Berenice junto àquele homem viril e fardado, cheiroso, salpicado pelo perfume barato de calêndula misturado com o suor frio da lembrança de um dia anterior. Ontem hoje amanhã. Pausado em marasmos irônicos. Ela que o beijava; nele, a imagem que vinha: o nascimento da técnica do infinito na geração da tragédia, pode-se chamar tortura também. O gemido pausava. Hoje. A lembrança do grito. Ontem amanhã. O cassetete na boca do torturado. Virose no olhar, o dente caindo, a porrada comendo. E o beijo na boca. E mais um gritinho fadado no silêncio prazeroso fardado pelos lábios almirantes e molhados de Berenice, um tesão ao encrespe da maçã do rosto distendido ao flagelo do que queria em barretina ilusória, ele, balançando dentro da consciência opaca. Quem de fora via, nada via, sem terceira via sem nada, à procura de Eva para a salvação, Berenice, de um pedaço contra afluente para sair dali, de uma transa que de nada saberia ainda sobre o tantinho de ninhadas del hombres caimán que teriam gestado neste e noutros dias de amargas festas e consciências duras e perduras até o ontem hoje amanhã, pelas lembranças torturantes que alongavam como pássaros contrários o tempo terroso, pois estes, como diria Manoel de Barros, também encurtam o dia.
O pio distante do adeus.
E ele se foi; indo.
E o sentimento dela, que havia de ver mais com a sua paixão pelos artefatos militares do pai que ao homem prostrado e quase atraente a sua frente, e que após muitos anos nem tanto, ali agora mesmo, se converteria em tragédia mais servil que amorosa, nada mais, eram aqueles de já sinuosos nas profecias de um sofro incontido, mas elegante; tudo isso, obviamente, junto a pensão que recebia mensalmente em razão ao patriarca, hoje, já ido e de pé junto.
Fôlego.
A morte do pai, a depressão do marido ligeiro após o despojar da farda por motivação de algum daqueles gritos, fez com que o olho rejeitasse os cílios e continuasse cada vez mais olho, olho, olho, olho, olho. Olho no pau de arara. Sem imagem, só o olho da cólera pelo movimento.
O homem que não fritava um ovo. Por que pau de arara?
O homem que não mais a beijava com o sabor de boca mistura. Por que Urutau?
O homem que era um marido e a mulher que era uma esposa; um pedaço de esposa materna; pois grávida por sexuação sem filhos e assexuação, ele transmitia os poros da velhice senil sem velhice e fascistóide do futuro não distante para a barriga inconsciente dela, e ela, aos poucos, fazia o mesmo por desprazer de servir ao amor e por ter nutrido fraternal amorosidade pela militaridade do pai. Os jacarezinhos se criavam soltos na consciência. E tantos, aos tantos e montes, pariam em conjunto os fatídicos filhinhos de jacariso e jarémanso. O pedaço de marido que gravidava e gravitava à cama. Doentinho. Pois sim, Berenice… Ô dó.
Suspiroso:
– Oi, com licença, estou vendendo esses panos para ajudar a minha mãe a pagar o aluguel. É três por dez. Você gostaria de comprar, por favor. – disse a criança de olhos cansados.
– Não, obrigado, eu já passo o meu pano por aqui.
Fôlego.
Eram os três desde aquele dia trágico, Berenice, o homem marido e o homem outro torturado que gritava como aquele de ontem muito anteontem antigo no intelecto reformado de militar; marido pelo trunfo irremediável da lembrança aguerrida em tonais firulas confusas; fumava e bebia. E o Caimán, cada vez mais brotava. Desde sempre. O homem, o vivo, só não se matava porque era difícil morrer através de uma lembrança de repente, e assim o destino servia aos poucos a morosidade, servindo, mais continua e sem parágrafos sem mafagafos, neologismos sem paragrafinhos, e como previsão mulambenta, Berenice cultivava o escamoso reflexo do recorte de um Caimán jacaroto obtuso, um amor, um amor de peste… Mas… peço-lhes licença, pois o verdadeiro narrador da história acabou de voltar do banheiro e do jornal lido. Não se acanhem…
Preciso corrigir a história, reler… Porque não sei que merda foi colocada mais para cima, ou para o lado, dependendo da forma de vida mítica que há em sua leitura…
Continua falando merda pelo jeito. Vaza.
Em resumo, o leitor que se foda, meu caro.
Vai, vai…
O homem jacaré que havia nela se tornava cada vez mais autônomo. Tanto que este, vivia em uma tragédia autossustentável do tipo, brigador, brigadeiro, susto soldo que custou uma vida bolacha de água e sal, intervalo, chiclete pro bafo da alçada, fatura, super leite condensado, faltava o centro de ser, mas disso havia de ver, ir às compras. Sou eu que tô falando. Eu. Mas de briga mesmo, ou eu mato ou eu morro… Passagens e panoramas de jardins suspensos. É que a verdade humana, em um mundo real, necessitava da preciosidade antropomórfica entre dois bichos, e fosse quem fosse, o bicho que vivia nela e o nela que vivia nele, na luta com seu semelhante eu… Que falava cada vez mais sobretudo… A picada da serpente, e terminava: ou eu fujo pro mato; ou eu corro pelo morro. Berenice! Chamava o destino invariável, que sempre seria a mesma opção piscada. O homem dela, macilento, de bigode chinês caído, com a bolsa dos olhos cheias de uma crosta acinzentada, fudido, cor poluente universal da depressão venérea e do cansaço outonal, variava o chucro dedo ao oxímetro tonal de sua mentira diária, fumava ansioso comia e bebia prostrado para não morrer de agora. Lembrava em cada carrascal abismo minuto a minuto o suprassumo da culpa de um cristão de chumbo através das décadas de uma perdição contínua, após algumas horas de testemunhar a tortura doce de uma padaria aquartelada. Sonho de passado. De novo. Mais um pãozinho, peste? Mijava. Fumava. Comia. Reforçado porque há distinção entre um ato e outro, mas a composição química do ato, a mesma. O rabo encrostado e oblongo crescia. E assim ia. Não se levantava porque para andar seria preciso transformar-se em rua e bípede novamente, pois casa, ele já era. E como eram… Antigamente lembrança, os dois passeavam seguros e paralelos ao resto dos matos que culminavam à beira de um parque malcuidado e próximo à viela em que residiam. Paisagens rodeadas de telhinhas e caixas d’agua, pés de menos, amor demais. As mãos eram sempre um aviso drapejado de repentina paixão, aflorava o palmo, as rugas jovens, e a jovialidade situava à velhice o estatuto de uma inexistência espiritual, e ali. Sem saber que futuro teria, a vida o fez de novelo em lã. Aqui. Ali. Enrolou-se por amor. E a cena continuava. A mão na cintura, o bicho descendo pela virilha, rua deserta, não se sabe, se primeiro o tombo ligeiro, o buraquinho antidemocrata; ou a viagem. Mas desde sempre-desde mais aquele dia, a gênese do homem jacaré serviria também ao quê de mortífero coligado perante as esferas menos andrógenas, e mais polares, da vida. Aquela que não quer o que está posto, mas jamais se sacia com o espio da glote, o pinote da realidade em revolução sem atividade, crítica, paciente e problemática. Pois bem. A idiotia de saber demais sobre a ignorância própria é tão idiota quanto supor que a ignorância tem o limite de sua medida ao conhecimento. Hoje os vizinho replicam, hoje já brigaram por ovos, pães, óleo, povo, meu povo, está aí uma hipóstase para ser comida. É, ministro, bolacha de água e sal é muito. E vivendo fôleguismo caimán num cercadinho de cama, o bicho começou a clorar a cor, ficar magrinho de rebeldia. Cinzão. Ela que fez, ela que fez, homem jacaré dizia. Mas o marido nada, ficava quieto. Dava cria criadinha. E ela foi fazendo dele a engorda, antropofágico jacaré do inversamente, cuidou como se filho fosse. Crivando. Peste do demônio! Vou pegar a comida.
Cof, cof!
Fôlego.
Ela entrou no bar e a partir dali lembrou o antes, o desde e a forma que havia de ser. Um helicóptero passou perto da avenida larga. Amou o marido, do jeito dela. Caimán, caimán, por favor, morda outro lugar que não seja estômago. É… E não haveria como negar que o amor em sua forma, desigual para cada um no seio norteador de cada corpo, estava ali. Hoje…
Ciscou após a pergunta. Será que é hoje?… Cisquinholhado na tábua que não mais tabacaria, mas bitácula, birosca.
Lembrou.
pro almoço!
– Hoje tem fôlego.
– Moço… Vê duas marmitex
de osso
sem carne.
Pensou parodiando a criança de outrora. E…
ê ê ê
Uma salva de balas!
Uma farsa, uma farsa!… Culpem o transtorno passado e este agora adiante, a história terá que morrer! Precisarei resumi-la ao máximo em 350 caracteres, por uma altivez de algoritmo, trabalho e algum cansaço doente dos tempos de crise. Cof, cof! Mas ainda sou o mesmo, não se acanhem… Olha.



Ao leitor.
Vê se fode!
Quebrinha?
Por lá! O hombre caimán continuou também como homem jacaré, quase vivo, meio morto, por muitos e muitos anos. Talvez milênios de anterioridades.
A gravidez continuou abastada.
E o nascimento recriou-se como uma constante, talvez inconstante, de outros bons milênios mitopoéticos; tão esquecidos e inúteis como este livro, esta história, e este fim.

Fôlego

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